Pesquisei por cerca de uns dois anos os prós e contras desta auto-cirurgia. Alguns colegas me apoiaram, outros me aconselharam a iniciar uma terapia e, por sorte, o restante me desafiou. Eu disse "por sorte" porque estes últimos contribuíram para que eu tomasse tal decisão, tendo em vista que gosto muito de desafios.

Ao ler a história do médico soviético Leonid Rogozov, que precisou retirar seu apêndice para salvar sua própria vida durante uma missão na Antártica [no artigo “As 10 mais incríveis auto-cirurgias do mundo” do HypeScience], recebi o impulso que me faltava para fazer o mesmo que o corajoso colega fez em si mesmo.

A cirurgia

A cirurgia durou cerca de duas horas. Na sala de operação estavam presentes um cirurgião plástico, um cirurgião geral e uma clínica geral, como equipe de apoio. Utilizei anestesia local para realizar a auto-cirurgia, como costumo fazer nos procedimentos de pequeno e médio porte executados por mim em minha clínica. A anestesia local e sedação muscular são preferíveis à anestesia geral e à sedação venosa, pois os riscos são menores.

Com o peso de 92 kg e altura de 1,70 m, realizei a operação bem acima do meu peso ideal. É importante ressaltar que, se as pessoas são operadas dentro do peso ideal, futuras correções para retirada de sobras de tecidos em consequência de emagrecimentos posteriores às cirurgias poderão ser evitadas.

O procedimento cirúrgico incluiu a retirada da pele e do tecido gorduroso na forma de uma elipse, mas em pedaços (técnica usada normalmente por mim), fui retirando diversos segmentos de cerca de 10 centímetros cada, cauterizando e dando os pontos. Esqueci de pesar, mas acredito que não retirei mais do que um quilo do tecido gorduroso, já que ele pesa pouco.

Sinto-me feliz por ter conseguido realizar mais um desafio, com sucesso, dentre muitos que ainda faltam acontecer...

Luiz Américo de Freitas Sobrinho Especialista em Cirurgia Plástica