File:Os ex-imperadores Carlos e Zita de Áustria com o cónego Homem de Gouveia à saída da sé do Funchal , 8 de dezembro de 1921 - Image 228810.jpg

Os ex-imperadores Carlos e Zita de Áustria com o cónego Homem de Gouveia sendo saudados à saída da sé do Funchal onde assistiram à missa de Nossa Senhora da Conceição.

(1887-1922) (1892-1989) (1869-1961)
Funchal, 8 de dezembro de 1921.
João Gonçalves e Gil Enes, 1502 a 1508 (c.), Pero Anes, 1508 a 1514 (c.) e reforma neomanuelina de 1790 (c.)
Colecção Perestrellos Photographos.
Photographia-Museu Vicente’s.

Carlos de Áustria e a imperatriz Zita de Bragança e Bourbon Parma chegaram à Madeira a 10 de novembro de 1921, no cruzador Cardiff, fixando residência na Villa Victória, dependência do Reid’s Hotel. Com a chegada dos príncipes, filhos de Carlos e Zita, e outros, a 2 de Fevereiro, a família aceitou a oferta de Luís da Rocha Machado (II) (1890-1973) e passou a residir na Quinta do Monte, a partir de 18 de Fevereiro de 1922. O imperador faleceu de pneumonia dupla, a 1 de Abril desse ano. Foi sepultado na igreja do Monte, a 5 do mesmo mês. A Imperatriz e os filhos deixaram a Madeira a 19 de Maio do mesmo ano de 1922; 1968, 11 Jan. – a ex-imperatiz visita a Quinta do Monte acompanhado dos primos, D. Duarte Nuno, duque de Bragança e da infanta D. Filipa de Bragança. O Imperador foi beatificado em 2004 pelo papa João Paulo II.
António Homem de Gouveia (Ponta do Pargo, 15 dez. 1869; Funchal, 29 jul. 1961) era filho da António Homem de Gouveia e Josefina Maria de Gouveia, frequentou o Seminário Diocesano e ordenou-se a 23 de Setembro de 1893. Exerceu funções em várias paróquias, mas seria nomeado cónego da Sé em 1893, exercendo funções junto da Dioceses, mas igualmente civis, tendo presidido à Junta Geral e sido deputado na legislatura de 1905 a 1906 e de 1906 a 1907. Profundo conhecedor de várias línguas, fundou o primeiro diário católico, o Correio do Funchal, tendo sido capelão dos ex-imperadores Carlos de Áustria e Zita de Bragança e Bourbon-Parma.
O arquiduque Carlos de Habsburgo (Habsburgo-Lorena; Viena, 17 ago. 1887; Funchal, Monte, 1 abr. 1922), filho dos arquiduques Otto (1865; 1906) e Maria Josefa da Saxónia (1867; 1944), herdou o trono da Áustria pelo assassinato do seu tio, arquiduque Francisco Ferdinando, em alemão, Franz Ferdinand von Österreich, Habsburg-Lothringen ou Habsburgo-Lorena (1863; 1914), tornando-se em 1916, pela morte do tio-avô, Franz Josef I (Viena, 18 ago. 1830; idem, 21 nov. 1916), imperador da Áustria e rei da Hungria e da Boémia, mas acabando por ser afastado na sequência da primeira Grande Guerra. Casado com a princesa Zita de Bragança Bourbon-Parma (Lucca, 9 maio 1892; 14 mar. 1989), filha do duque Roberto I de Parma (1848-1907) e da princesa Maria Antónia de Portugal (1862-1959), logo, neta de D. Miguel de Portugal, em 21 de outubro de 1911, no castelo de Schwarzau, propriedade do duque de Parma, houve larga descendência do casal. Exilados na Madeira, onde chegaram a 10 de novembro de 1921, no cruzador Cardiff, fixaram residência na Vila Vitória, dependência do Reids Hotel. Com a chegada dos príncipes, filhos de Carlos e Zita, a 2 de fevereiro, a família aceitou a oferta de Luís da Rocha Machado (II) (1890-1973) e passou a residir na Quinta do Monte, a partir de 18 de fevereiro de 1922. Veio a falecer na mesma Quinta do Monte, de pneumonia dupla, a 1 de abril de 1922, sendo depois beatificado a 3 out. 2004 pelo papa João Paulo II (1920-2005), que recebera o nome de batismo de Carlos em sua homenagem.