File:Porta Dom Manuel I - Castelo de Tavira - Portugal (30175241586).jpg

Original file(2,592 × 3,888 pixels, file size: 2.32 MB, MIME type: image/jpeg)

Captions

Captions

Add a one-line explanation of what this file represents

Summary edit

Description

Permanece por esclarecer a origem do castelo de Tavira. Na produção historiográfica das últimas décadas tem sido constante, e até consensual, a caracterização de Tavira como uma cidade islâmica tardia, senão em construção, pelo menos em importância. As primeiras referências cronísticas que lhe são feitas datam já da primeira metade do século XII, sendo então descrita como sede de alcaria com uma fortaleza associada (DOMINGUES, 1971, pp.195-196), o que confirma um estatuto de certa mportância regional. As escavações entretanto efectuadas no centro histórico parecem revelar este aparente aparecimento tardio da cidade, uma vez que, até ao momento, não foram registados elementos materiais anteriores ao século XI (MAIA e MAIA, 2002, p.66), assumindo a fortaleza de Cacela um estatuto de maior importância militar, por, durante os séculos de domínio árabe, ser aí a barra do Rio GIlão. Mas se Tavira aparece tarde na história islâmica da Península, a sua importância terá crescido na relação inversa, passando a cidade, em pouco mais de cem anos, a uma situação de incontornabilidade no mapa político e militar do Algarve. Ainda no século XII, Amil b. Munib revoltou-se aqui, fazendo com que o seu território permanecesse praticamente independente durante dezasseis anos, num processo comum a outras cidades do Garbe (PICARD, 2000, p.90). Mais tarde, com a unificação almóada, Tavira foi um dos castelos reformados, passando a integrar a rede defensiva do Algarve e, por conseguinte, a sua rede política, viária, económica, etc. No século XIII, com a conquista portuguesa da parcela Sul do território, será precisamente em Tavira que a Reconquista estabelecerá uma das suas sedes, sendo as extensas referências da Crónica da Conquista do Algarve um sintoma dessa importância. As muralhas da cidade revelam este período de ascensão. A uma primeira muralha almorávida, construída, com grande probabilidade, nos finais do século XI, ou já no século XII, seguiu-se a reforma almóada, período de que datam os seus principais elementos. Já depois de conquistada pelas tropas cristãs, novas obras conferiram a forma levemente ovalada que ainda hoje é possível reconstituir. Na Baixa Idade Média, o perímetro amuralhado rondava os cinco hectares, o que prova a sua importância e dinâmica económica (MACIAS, 1999, p.130). Infelizmente, o recinto original islâmico é de mais difícil identificação. A primitiva muralha, que permitiu aos rebeldes de ben Munib resistirem ao cerco almóada, não está ainda suficientemente documentada, mas deveria possuir uma estrutura acastelada no ângulo SE. e um recinto amuralhado pouco extenso, orientado no sentido Norte-Sul (MAIA e MAIA, 2002, p.69). Melhor conhecida é a configuração almóada. São consideráveis os restos dessas muralhas, construídas em taipa, especialmente na zona do Edifício BNU, junto à Praça da República, onde foi descoberta uma antiga porta, com seu arco de ferradura, que na origem estava associada a uma torre defensiva (MAIA e MAIA, 2002, p.71). Na zona da actual alcáçova conserva-se a poderosa torre albarrã, multifacetada e virada a Sul, destacando-se claramente das restantes estruturas. Depois de conquistada a cidade pelos cristãos, foram certamente executadas obras no recinto muralhado. Existem notícias destas campanhas nos reinados de D. Afonso III e de D. Dinis, supondo-se que sejam deste período os vestígios identificados nos terrenos da Pensão Castelo (MAIA e MAIA, 2002, p.73), assim como a própria configuração da Porta de D. Manuel, com o seu arco quebrado ainda plenamente gótico. Na viragem para a Modernidade, esta Porta de D. Manuel tornou-se o eixo de passagem privilegiado entre o interior e o exterior das muralhas, razão do seu engrandecimento com os símbolos manuelinos e, principalmente, da construção intra-muros da Igreja da Misericórdia, cuja fachada principal, virada a Sul - para a porta de D. Manuel e não a Ocidente -, demonstra a importância deste eixo urbano.

PAF <a href="http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70656/" rel="nofollow">www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel...</a>
Date
Source Porta Dom Manuel I - Castelo de Tavira - Portugal
Author Vitor Oliveira from Torres Vedras, PORTUGAL
Camera location37° 07′ 32.49″ N, 7° 39′ 00.78″ W Kartographer map based on OpenStreetMap.View this and other nearby images on: OpenStreetMapinfo

Licensing edit

w:en:Creative Commons
attribution share alike
This file is licensed under the Creative Commons Attribution-Share Alike 2.0 Generic license.
You are free:
  • to share – to copy, distribute and transmit the work
  • to remix – to adapt the work
Under the following conditions:
  • attribution – You must give appropriate credit, provide a link to the license, and indicate if changes were made. You may do so in any reasonable manner, but not in any way that suggests the licensor endorses you or your use.
  • share alike – If you remix, transform, or build upon the material, you must distribute your contributions under the same or compatible license as the original.
This image was originally posted to Flickr by Portuguese_eyes at https://flickr.com/photos/21446942@N00/30175241586 (archive). It was reviewed on 13 May 2019 by FlickreviewR 2 and was confirmed to be licensed under the terms of the cc-by-sa-2.0.

13 May 2019

File history

Click on a date/time to view the file as it appeared at that time.

Date/TimeThumbnailDimensionsUserComment
current03:50, 13 May 2019Thumbnail for version as of 03:50, 13 May 20192,592 × 3,888 (2.32 MB)Tm (talk | contribs)Transferred from Flickr via #flickr2commons

There are no pages that use this file.

Metadata